sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Segundo a INB: Obras de Itataia em Santa Quitéria devem começar em julho


Tranjan FOTO: TUNO VIEIRA

Depois de anos de atraso e de ter tido vencido, em agosto passado, o Protocolo de Intenções para a instalação do empreendimento, a mina de urânio e fosfato de Itataia deverá, enfim, ter sua construção iniciada em julho próximo. Este, ao menos, é o novo prazo com que trabalha as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pelo projeto.
O presidente da empresa federal, Alfredo Tranjan, informou que a expectativa agora é de que a usina esteja operando entre fevereiro e julho de 2016.
Em agosto de 2008, a INB assinou com o Governo do Estado, o protocolo estabelecendo as premissas básicas para a implantação do projeto, localizado no município sertanejo de Santa Quitéria. A empresa firmara parceria com a Galvani, da iniciativa privada, para a realização do empreendimento.
ReviravoltaÀ época, previa-se que a usina já estivesse operando no primeiro trimestre de 2012. Reviravoltas relacionadas ao licenciamento ambiental do projeto, contudo, atrasaram o cronograma existente e o documento, que possuía prazo de validade de quatro anos, expirou. O presidente da INB, entretanto, reafirmou ontem as mesmas intenções na concretização da usina e declarou, após conversar com o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Roberto Smith, que pretende assinar um novo protocolo, revisado, ainda este ano. "Não vejo nenhum problema nisso [no vencimento do protocolo]. Valia quatro anos e acabou. Nós simplesmente vamos nos reunir com o Estado, as posições relativas do consórcio pra Santa Quitéria, tanto da INB quanto Galvani com o Governo do Estado são as mesmas. Então, simplesmente, é renovar isso. Foi uma falha deixar o prazo ser vencido. Paciência. Vou puxar a orelha dos meus e espero que puxem as orelhas dos seus", declarou Tranjan.
Documentação ambientalO presidente da INB informou que, em fevereiro próximo, entregará toda a documentação exigida para o licenciamento ambiental ao Ibama e o licenciamento nuclear à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), concluindo um processo que já dura cerca de três anos.
"A dificuldade técnica que o projeto tinha era a definição da rota tecnológica. Como é que você pega o minério, como abre, como tira os produtos que dele são oriundos. Levamos desde 2009 até agora fazendo o desenvolvimento dessa rota. São seis ou sete, a gente trabalha com várias possibilidades, e estamos fechando as rotas, isso significa que já estamos com condições de partir para o projeto detalhado". De acordo com ele, os documentos que serão entregues, que compõem o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da usina, foram feitos de acordo com o termo de referência para o projeto emitido pelo Ibama, que havia solicitado toda a sua reelaboração após a decisão de que assumiria o licenciamento do empreendimento, em detrimento da Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace). Tranjan disse, com isso, esperar que, até julho, a INB já conte com as licenças prévia e de instalação da Usina de Santa Quitéria, além da licença de construção pelo Cnen.
"Com isso, a gente tem a liberação dos financiamentos e do inicio da obra". As obras da usina estarão sob a responsabilidade da Galvani, que já possui financiamento aprovado no valor de R$ 560 milhões do Banco do Nordeste, que será entregue em duas parcelas.
Maior reserva do PaísCom cerca de 80 mil toneladas de reservas lavráveis de urânio, a mina de Itataia, a 282 quilômetros de Fortaleza, é a maior do Brasil em volume do minério, e a sexta maior do mundo. Desde a década de 1970 pretende-se explorar comercialmente a jazida. O protocolo de intenções que novamente será assinado entre o Estado e a INB apontará os compromissos de cada uma das partes envolvidas na concretização do empreendimento. Ao Estado, está a responsabilidade de prover a infraestrutura para a usina, como oferta de água, energia, meios de acesso e escoamento de produtos. Em relação à água, o governo já tem o compromisso firmado de construção de uma adutora em Santa Quitéria, que já possui recursos garantidos por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Há possibilidade de se firmar a pretensão de realizar uma extensão da ferrovia Nova Transnordestina para o escoamento dos produtos da usina, assim como no recebimento de insumos.

SÉRGIO DE SOUSAREPÓRTER (DN)

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